sexta-feira, 11 de março de 2011

Mais um ponto final.

Saí hoje do trabalho com lágrimas nos olhos, uma sensação de que estou deixando para traz a oportunidade mais fiel, a minha imagem, que já me foi dada.

Conheci pessoas maravilhosas. A mais travesti, a mais experiente, a mais dengosa, a mais “doente”, a que mais se destaca, a mais inteligente, a mais rebelde, a mais calada, a mais querida, a que queria me ver pelas costas, Hehehe.

Gostei de todas, protegi todas. Cuidei como filhas, me deixei cuidar.
Ensinei com paciência e cuidado. Aprendi com sabedoria e boa vontade, muita boa vontade.

Deixei as portas abertas, não a do trabalho, mas as das amizades. As dos corações.
O melhor de tudo é sair sabendo que dei o meu melhor, que fiz o que pude. Fui anjo.
Há, eu adoro ser anjo.

Não vou me expor, nem expor ninguém dizendo isso ou aquilo.Por não saber explicar, acabaria por magoar pessoas que eu quero levar comigo pra sempre.

Eu precisava sair, eu precisava ver o mundo por outra janela.
Precisava ver outros rostos, ser vista por outros olhos.
Só eu sei o quanto eu precisava.

Vou sentir saudades desse mundo que eu conheci e aprendi a amar, vou sentir saudade do trabalho e ainda mais das pessoas.

De receber ligações de pedidos de ajuda, e ajudar.
De ligar pedindo ajuda, e ser ajudada.

Obrigada a tod@s que fizeram desses dois últimos meses, os melhores.
Obrigada a Adriana, Dany, Hiêda,Elisângela, Karlynda, Gabi, Leandro, Tito, Nivânia, Geane, Dona Olga, Dona Maria, Seu Zé Carlos e a minha amiga, Liana Nunes.

quarta-feira, 2 de março de 2011

4ª feira sem fogo

Hoje é dia de se fantasiar!
Mas vou me fantasiar de que?

Pensei em realizar um sonho de infância, em relembrar uma época.
Vestir aquela linda roupa de bailarina.
Saltar para todos os lados, cheguei a sonhar.
Um tutu branco com uma linda Sapatilha de Ponta,
como antes, como naquele tempo...

Parei. Cobraria de mim uma perfeição que me sinto incapaz de alcançar agora.
E na hora em que visse toda magia acabar,
a platéia não aplaudir.
não iria segurar as lágrimas.
Mas ora! Bailarinas não choram!

Mudei então de fantasia.

Pensei em palhaço, o mais belo e colorido palhaço.
Vestido em cores fortes, cada uma por um motivo.
Vermelho, amarelo, azul, verde e laranja, muito laranja.

Mas, novamente tive medo.
Não adianta me chamar de medrosa, todos teriam.
Medo de assustar a criança tranqüila que olhava da janela.
Medo de assustar a fantasia com as marcas que trago em mim.
Não poderia deixar que a fantasia desistisse de mim - Desisti dela.

Mudei então de fantasia.

Pensei na Colombina. Pareceu-me a melhor idéia!
Mas me faltava um Pierrot.
Me faltava coragem de ser a ponta maior desse triângulo imperfeito.
Me faltava a coragem de arriscar o amor que sentiam por mim.
Faltava a parte corajosa de mim.
Entristecer um Pierrot não iria alegrar a minha alma,
Mesmo gostando mais do Arlequim.

Acho que vou vestida de mim,
Vestida na roupa despida de explicações.
Uma eu puramente eu.
Sem cores, ou pontas.
Perdoem a fraqueza, mas...

"Só me fantasio do que venho a ser..."