quarta-feira, 27 de março de 2013

Por favor não vá ainda (II)


O coração parou de bater naquele segundo, certeza.
Tive medo, e vergonha por ter tido medo.
Abracei e fechei os olhos – Que medo medonho!
Que medo!

Fugi, quase corri dali.
Não a olhei mais nos olhos.
Tive medo de chorar.
Me calei.

Foi respirando fundo que resolvi abrir os olhos [ela estava lá]
Sei que devo aproveitar sua passagem, que devo decorar ela...
Mas cadê a coragem?
Cadê ela?

Os olhos vagos, os ouvidos falhos, as mãos trêmulas, as pernas fracas.
Como pode?
Como pode isso justo com ela?
A mais forte mulher de todas.

Maria, a minha Maria
Minha bela senhora.
Minha fé na vida,
Meu secreto vício.

Perdão pela fraqueza, pelo medo, pela falta de jeito.
Mas não sei o que fazer com a falta que já sinto
Com o amor que parece sem rumo
Com tanta saudade do que ainda tenho.


Mistura a dor e a alegria