O coração parou de bater naquele segundo, certeza.
Tive medo, e vergonha por ter tido medo.
Abracei e fechei os olhos – Que medo medonho!
Que medo!
Fugi, quase corri dali.
Não a olhei mais nos olhos.
Tive medo de chorar.
Me calei.
Foi respirando fundo que resolvi abrir os olhos [ela
estava lá]
Sei que devo aproveitar sua passagem, que devo decorar ela...
Mas cadê a coragem?
Cadê ela?
Os olhos vagos, os ouvidos falhos, as mãos trêmulas, as
pernas fracas.
Como pode?
Como pode isso justo com ela?
A mais forte mulher de todas.
Maria, a minha Maria
Minha bela senhora.
Minha fé na vida,
Meu secreto vício.
Perdão pela fraqueza, pelo medo, pela falta de jeito.
Mas não sei o que fazer com a falta que já sinto
Com o amor que parece sem rumo
Com tanta saudade do que ainda tenho.
“Mistura a dor e a alegria”