segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vontade de Chorar

Tem dias que a dor é de apertar.
Ser intensa demais tem dessas coisas.
De tanto me jogar de cabeça um dia ela cai fora.

Nem vou ligar.
Vou ter a desculpa perfeita pra me perder de mim,
pular pra fora dessa prisão que eu criei.
Gritar bem alto, na intenção de que ninguém me escute.
Que ninguém me pare, me prenda.

Queria arrancar esse aperto,
poder dizer o real motivo da minha dor,
da minha mágoa.

Me calo,
não quero deixar escapar da minha boca essa dor lastimável.
quero me obrigar a sofrer calada.
Pagar pelo meu erro.

Já me disse que eu não posso agir por impulso.
E ainda assim eu fiz?
É, acho mesmo que não foi por impulso.
Foi pensado,
Mais do que isso, foi sonhado.

Tenho a esperança de ter aprendido, mesmo sabendo que não.
Tomei a decisão errada e quis.
Agora que tomei a certa, não quero.

Tenho mesmo que me manter presa a mim, mesmo querendo me perder?

“As vezes me preservo, noutras suicido...”

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Contos da Carochinha

Hoje, não por acaso, acordei com vontade de explicar o que significa, para mim, a verdade.
Alguns estudiosos questionam a verdade, e a verdade absoluta.
Eu questiono a moral, a ética. Principalmente a lealdade.

"A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um padrão."

Nem descarto esse significado, sou fiel ao meu padrão e conceitos, que foram criados baseado nos padrões sociais.
Quando digo que vou fazer, eu faço.
Quando eu juro ser leal, eu sou.
E o que me faz sentir mais especial, se eu prometer dizer eu a verdade, eu o farei!!!

Sou adepta a verdade, ao compromisso com nós mesmo, refletido no próximo.

Precisei desabafar (por mais que pareça estranho).
Fui mais uma vez vítima das minhas escolhas erradas, por me cercar por pessoas ainda não evoluídas,
Pessoas que usam do único artifício que tem, a mentira, para pareceram mais atraentes.
Eu, erroneamente, me deixei encantar mais uma vez por isso.

Nem posso garantir que foi a última, mas garanto que as marcas eu levarei comigo.

"Hoje eu trago apenas uma pedra no meu peito..."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Meu espelho

Hoje quando me olhei, nem me reconheci.

Sabe aquele jeito bravo, todo desaforado, cheio e ideologias escritas na testa?

Não estavam lá!

Os cabelos sempre tão rebeldes, hoje estavam domados.

As roupas folgadas, meio hippie, agora trocadas pelas tais “roupas de adulto”.

Me assustei quando me vi. Quanta diferença!



E o pior é não ter certeza de qual parte de mim eu gostava mais.

Se dessa que eu perdi no tempo, ou dessa que eu me tornei (ou me tornaram, não sei!)

Quero ir ao salão de beleza.

Rebelar meus cabelos,

Pintar as unhas de vermelho e não dessa cor, que me disseram ontem, era estilo: “Fernanda Montenegro”.

Quero roupas folgadas, ideologia na cara.

Quero a cara pintada.



Quero uma parte minha que eu deixei não sei onde.

Preciso somá-la a mim.

Quero ser essa que me tornei, com um pouco mais de cautela, paciência e até malandragem.

Quero ainda mais a moleca, que fala o que pensa, que não tem medo de nada.



Quero banho de chuva,

Andar sem medo na rua.

Quero não só meus 22 anos, quero cada ano.



A minha vontade de ganhar o mundo que eu tinha quando ainda nem sabia explicá-la, essa eu ainda tenho, dessa, eu não me separo.


“Que a minha vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço”.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Por favor não vá ainda"

Desde que eu sou criança ela já tem em sua pele as marcas das histórias vividas,
História bela, de coragem e força, que me foi confiada em uma noite sem luz.
A mais bela mulher que meus olhos tiveram o privilégio de ver, com o mais lindo sorriso, e a maior vontade de viver.

Nunca me pegou no colo para contar em segredos coisas sobre seu amor, seja por mim, ou pelos mais próximos;
Nunca me colocou pra dormir me contando contos, nem me enchendo de beijos;
Nunca me falou das fraquezas e medos;
Nunca me deixou só.

Cuidou-me e amou com todo seu coração.
Confesso que tinha medo. Sua personalidade era tão forte que afastava os menores.
O medo foi dando espaço à admiração e assim rompi as barreiras do seu receio de amar.

Hoje as expressões estão mais fortes, as marcas mais evidentes, as cicatrizes ainda abertas estão à mostra.
Seu olhar já flutua em meio as nossas conversas, suas mãos estão sempre em busca de uma audição melhor.
Só eu sei o quanto me dói, o quanto eu queria poder passar a força que ela me ensinou a ter, toda de volta para ela.
Ainda não estou preparada para levar a vida sem ela.
Também não estou preparada para vê-la sentir tanta dor.

”Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fá na vida”.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

2 em 1

Trago em mim a força do 2.
É, pode não parecer fácil de entender, mas é!
Sempre fui par, nasci pra ser dois.
Ainda na barriga já era assim. Eu e meu irmão, que só eu conheci.

Sou, da minha mãe, a filha mais nova.
A que deveria ser mais frágil, e sou,
A que deveria dar mais trabalho, e dei,
A que deveria cuidar mais, e cuido.
Cuido mesmo, como já disse, nasci para ser par.

Deus, ou chamem como quiser, não me quis par do meu primeiro par.
Ganhei assim a opção de escolher um novo par. Escolhi.
Escolhi a metade mais perfeita de mim, assim me conheci inteira.
Escolhi a mais frágil, e me fiz forte;
A que mais me dá trabalho e me vi ainda mais forte.
Foi assim que escolhemos uma a outra e caminhamos juntas.
Curtimos o nosso amor, a nossa afinidade e aquilo que chamamos de TRANSMIMENTO DE PENSAÇÃO.
Somos irmãs, mãe e filha, comadres, colegas de trabalho e principalmente amigas.
Uma pela outra, sempre.

Até quando nas raivas de crianças, brigávamos e nos batíamos (ela em mim),
Até nesse instante, nos amávamos.
O mais lindo do amor, o mais recíproco, o mais fiel.
Sem pedir nada em troca, sem cobrar nada.
Quer dizer, cobramos apenas as promessas de infância.
Coisas como:
-"Vou ser madrinha do seu filho."
-"Quando eu morrer cuida do que for meu."

Promessas jamais esquecidas.
Para que vocês possam entender quem sou eu, entender cada parte minha, eu precisava falar desse amor, precisava falar dela, Gabriela Azevedo Hardman.

“Se eu pudesse escolher outra forma de ser, eu seria você”
“De todo amor que eu tenho, metade foi tu quem me deu”

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ainda nem sei.

Mesmo sem saber como, nem por onde, resolvi começar.
Sem pretensões maiores, sem metas. Com a ideia apenas de relatar a mim, coisas sobre um 'eu' que um dia esquecerei.
Gosto de reler, reviver sentimentos.
Gosto de bilhetes em pedaços de papel entregues ao acaso, gosto dos detalhes, das pequenas coisas, das mais fáceis de esquecer.
Gosto de ouvir aquela música, de sentir aquele cheiro, de vestir a mesma roupa que usei naquele dia lindo.
Gosto daquele abraço, daquele jeito.
Gosto quando escuto um música nova, sinto uma fragrância recém lançada, visto uma roupa da moda, conheço uma nova pessoa, e descubro um novo jeito.
Gosto ainda mais de me despir de mim, dos conceitos que eu criei, da forma que eu pensei.
Gosto de planejar, só pra ter o gostinho de (re)planejar.
Farei desse espaço meu abrigo, meu leito, meu confessionário.
Não esperem nada de mim, não criem expectativas.
Não me cobrem nada, mas dedicarei parte do meu tempo a esse novo projeto sem metas.


"Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada"