quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Reciprocidade



Que minha lei da vida não me impeça de me jogar.
Que minha reciprocidade não me faça ficar um passo atrás esperando pra te seguir.
Quero me jogar como sempre fiz. Beber todos os venenos antes de temê-los.
Quero mais de mim, mais do que fui, mais do que quis.
Me jogando dos abismos, de preferência sem pára-quedas, em queda livre.
Que a minha vontade de me igualar, de ser recíproca, não me diminua, não me baste!
Ser recíproca sendo eu, respeitando minhas vontades e minha falta de limites.
Esperar sem parar! Querer sem maldizer.

“Se você quer me seguir, não é seguro” 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Minha concha


Nós não nascemos um pro outro,
Não nasci da sua costela
Não somos cria um do outro
Somos nossa própria criatura.

Nos escolhemos
Queremos viver isso.
Talvez pra sempre, talvez não.
Um dia por vez, várias vezes por dia.

Sem doses homeopáticas, sem controle.
Hoje gota a gota, amanhã viramos o pote.
Jogados abismos abaixo, hora abismo acima.
Sem pára-quedas, sem quedas.

Com vontade de ser feliz,
De nos fazer um bem individual através do coletivo.
De viver, de mais uma vez, crer!
Voltando a conjugar o nosso verbo, no nosso tempo

“Você tem o amor que merece”

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hiberna!


Dorme em paz coração,
Ainda não é hora de acordar,
Ainda não é hora de presentear o mundo com tua esperança.
Dorme.

Fica com aquele tão nobre silêncio que você sempre cobrou do mundo, e dorme!
Cicatriza cada uma das velhas e tão recentes feridas
Consagra tuas lembranças – mas não todas!

Humaniza cada um dos sentimentos.
Não personifica nenhuma das alegrias.
Creia nas novas promessas como foi com as velhas.
Arrisque-se

Não, não agora!
Ainda não.
Por enquanto cura, só cura!
Dorme.

Mas não temas acordar,
Não temas amar.
Guarda aquele som do silêncio como uma doce recordação.
Aquele silêncio que fez teu corpo doer, tamanho o frio que ele trouxe.

Lembre-se:
Por aqui vale tudo, exceto chorar demais!


“Vai sem direção, vai ser livre...”

quarta-feira, 2 de maio de 2012

AssasSINA

Quando todas as tentativas são feitas, o coração permanece em paz!
A paz no meio do furacão!

Quando olhar pra trás vai te fazer abrir um sorriso,
 mas olhar pra frente te arrancar uma lágrima...
Talvez seja hora de mudar o curso!
Talvez seja à hora de desistir! 

Não ligue pro assassinato coletivo dos seus sonhos, eu não me prendi a isso!
Matei todos!
Todas as expectativas, todos os planos – dos próximos aos distantes.
Matei um a um dentro de mim. 


Alguns tentaram permanecer, aqueles filhos, aquelas viagens...
Tive que ser fria. Estrangular um por vez.
Até que não me restasse resquícios da mais bela história de amor.
Ela não tinha que continuar sem o amor! 

Deixe-me ir, fiquei o quanto pude – Fiz o que pude!
A vontade de ir me faria para sempre metade.
Não me chame, não me telefone, não me fale desse amor.
Não me queira perto!

Fale de mim com rancor, lembre sempre que eu o abandonei!
Deixe fresco em sua memória o quanto fui cruel matando nossos sonhos.
Deteste o fato de eu estar tão viva, tão bem!
Fique por cima, me odeie. 

Seja egoísta.
Seja frio.
Se ame mais do que a mim.
Se ame!

"Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço"

segunda-feira, 12 de março de 2012

O feio


Ele faz questão de ser feio, mas é lindo
De ser chato, mas é doce
De ser intragável, mas tem o melhor dos gostos
Ele tenta me afastar, mas vai ter que me aturar

Cheio de marcas,
passado tão presente que assusta.
Ele tem sido um mau menino, ele precisa ser visto.
Eu o enxergo.

Carente, sensível,
Doce, sofrido,
Carinhoso, amável,
Falante e com um coração que jejua palavras.

Entendo os que tiveram que carregar uma pesada cruz cedo
Me esforço para compreender cada olhar.
Mas como entender se ele não precisa ser duro com a vida?
A vida o quer feliz.

"Essa cara amarrada é só um jeito de viver na pior..."

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

marATOna

Vontade de sair.
De não querer mais ser assim.
Trocar essa máscara avelhantada por uma atualizada.
Queria uma versão contemporânea de mim.

Libertar as correntes enferrujadas
Soltar as serpentes que assobiam tão alto que não me deixam dormir.
Gritar sem ter que me preocupar com que vai acordar.
Olhar para o lado e nunca estar sozinha mesmo quando largada.

Correr tão rápido que nem meu corpo pudesse me alcançar.
Sair de mim.
Perambular pelas ruas sem ter a quem cuidar.
Quero estar descalça. 

Vou quebrar paradigmas
Deixar de ser a mocinha, eu quero ser vilã.
Deixar de ser ungida, ser excomungada.
Pisar nos sacramentos, quebrar os juramentos que um dia eu fiz.

Quero ultrapassar as barreiras, brincar com os limites;
Vou fazer acordo com a vida.
Jurar que cada dia vai ser só mais um.
Desejo ser mais ousada e a cada passo sorria mais alto.  

Quando só o meu bel-prazer for prioridade
E nada mais tiver graça,
Eu me torno a mocinha,
Sem graça e amarga que todos queriam ver.


“Eu tava aqui pensando em tudo mais, menos você
E achei tão engraçado ter prestado atenção
Na sua distraída intenção de me entender
Como se já soubesse a chave da minha prisão”