segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ode aos Amantes

Façam hoje uma grande fogueira, comecem a incendiar um a um.
Comecem pelos bisnetos, netos e filhos de amantes – Filhos feitos com paixão e tesão.
Arranquem os amantes do seu fantasioso mundo encantado e joguem na fogueira, mas afastem-se rápido – Amantes causam combustão.
Queimem suas folhas recheadas de versos prontos para fazer mais uma vítima.
Joguem fora suas violas com extenso currículo de serenatas.
Aniquilem-os.
Salvem as mulheres de si mesma, salvem-as desse prazer de se libertar, ou vocês jamais conseguiram mantê-las prezas.
Salvem as gerações de mulheres infelizes e frígidas.
Salvem-as dos amantes e dos amores.
Preservem-as como sempre foi, numa prisão.
Sejam vocês, em um só, o nosso amor, amante e amigo.
Peguem na nossa mão como uma dama, mas nos arranquem a roupa como uma mulher.
Aceitem a Amélia e a Gabriela vestidas na mesma pele, mesmo quando for necessário que uma delas se afaste.

Vestir e cuidar...
Despir e amar...
Cuidar e despir...
Amar e vestir.

“O nosso amor é uma mentira que a minha vaidade quer...”

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